sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

- O último


Lá se vai 2010 e, com ele, alguns pedaços de mim. Pessoas que felizmente vieram e pessoas que infelizmente não voltarão. Todas as mudanças que enfrentei, milhões que ainda virão.
Tem algo que preciso cumprir e 2011 será o ano. Silêncios não me bastam mais, quero magia.

Beijos para todos os cantos do mundo. Taças erguidas, tonight's gonna be a good night!

Não acredito em qualquer palavra que não seja minha. Acredito em gestos e em tudo o que me surpreende. Acredito em contradições.


Em 2011, sem promessas. Eu prometo.





'I'll spread my wings and I'll learn how to fly...'

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

- Martha Medeiros

- "Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando a pé pra casa, avariada."
(Martha Medeiros)

Martha, eu não costumo revelar segredos, mas hoje abrirei uma exceção: você foi uma das melhores companhias que tive durante o ano. Eu sei que parece loucura, mas é sério. Suas palavras sempre funcionaram como um furacão contra mim. Como é que você me conhece tanto?
Só você me faz ter a certeza de que os corações podem ser curados e eu havia deixado de acreditar nisso - momento de extrema fraqueza, confesso. Mas a verdade é que eu também bati a 200 km por hora. Volto a pé pra casa e levo uma fogueira nas mãos, quero incendiar a cidade: "O mundo ja caiu, baby. Só nos resta dançar sobre os destroços". É o que venho fazendo, Martha... sigo a minha música, danço noites inteiras sem parar.
Lembra quando você respondeu meu e-mail? Você disse que tinha gostado de um texto meu. Obrigada por isso. Vibrei do lado de cá.

Você acredita em palavras levadas pelo vento? Eu acredito e espero que estas cheguem até você.
Hoje a intenção era escrever uma carta sem destinatários. Mudei de idéia no último minuto, resolvi fazer um post especial, uma espécie de presente de final de ano, que ao menos sei se chegará.
Levarei suas palavras comigo onde quer que eu vá.

'Por não ser ao vivo, perde o caráter afetivo?' - Claro que não.
Com todo meu carinho.



Eloá.

sábado, 25 de dezembro de 2010

- vejo estrelas onde ninguém vê...

A beleza óbvia é tediosa: apenas há demônio. Quero ouvir seu coração rasgando o peito e vindo até mim no intervalo de tempo entre a primeira e a segunda batida.
A beleza óbvia atrai e, inegávelmente, é desejável. Além disso, vejo monotonia. Falta de. Eu sinto a falta de inteligência, falta de caráter. Simples: falta de.

Há beleza não-óbvia em uma menina chorando no meio de uma festa animada, no sorriso distraído de um garoto que observa as árvores passarem em uma velocidade inacreditável pela janela do carro. Há beleza óbvia no ato de fazer as pazes, na intensidade do primeiro beijo depois da última briga, mas há beleza não óbvia no alívio que ele, por orgulho, fingiu não sentir. E no desespero que ela, pelo mesmo motivo, tentou esconder.
Há beleza não-óbvia nos motivos ocultos do sorriso tristonho de alguém - talvez ele tenha ido embora para estudar, mas eles ainda se amavam e conversavam pelo telefone - distância não é sinônimo de desamor. Há beleza óbvia na falta. Há beleza não-óbvia na saudade. Onde já se viu saudade ser um sentimento bonito? Não me condene, eu acho. A saudade é a certeza de que existe o amor.

A saudade andava de mãos dadas comigo. O tempo passou, nos perdemos. A falta me consumia e, irônicamente, queria algo que me deixasse com falta de ar. Olhei pro céu.
Ora, mas que dia cinza. Eu precisava de luz. Peguei um giz e desenhei um sol no chão. Um sol sem cores, sem calor, mas ainda assim, um sol. Basta.



Sorri sem querer. Sem perceber.
E quando dei por mim, estava no caminho de volta pra casa. Esqueci a saudade. Não voltei pra trás.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

- tudo o que quero e desejo nesse Natal...

Quero sorrisos, quero abraços. Voltei a ser uma criança de cinco anos, mas meus pensamentos são de mulher. Eu viajo com o tempo, parada no mesmo lugar.


2007,2008,2009. Qual foi o melhor Natal? Sem dúvidas, eu sei. Não importa, esse será melhor. Todo Natal é bom.

Quero a mesa cheia, quero risos. Levantem os copos, saúde!
Quero a lua cheia sorrindo pra mim no céu estrelado. Quero segredos.

Nesse Natal eu quero tudo em silêncio. Só não quero presentes...
Oito, nove, dez, onze horas. Onze horas e cinquenta e cinco minutos. Voa, tempo. Voa! Quero desejos de um Natal feliz. Quero desejar.



E, sorrindo, desejo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

- trancamos o tempo ou nos trancamos dentro dele?

"Eu pulo as janelas
Será que eu tô trancado aqui dentro?
Será que você tá trancado lá fora?
Será que eu ainda te desoriento?
Será que as perguntas são certas?
Então eu me tranco em você
E deixo as portas abertas"
(Ana Carolina - Trancado)




Ao invés de virar a chave pra esquerda, dou outra volta pra direita. As paredes gostam do meu papo, somos boas e velhas amigas.
Alguém por favor me diga qual é o contrário de adeus, pois eis o que é esta carta. Ou estes dizeres, tanto faz.
Minha coragem é assumir que sou covarde e, mesmo assim, te escrever sem rascunhos e sem medo de errar. Se o fizer, me condene. Tragam as algemas!

Tudo roda e tudo fica no mesmo lugar. Me ensina a acreditar no mundo de novo...
Eu não sei começar do zero. Só sei recomeçar depois do ponto final, na mesma linha. Não vivo de novos parágrafos.
Um ponto final é só uma pausa no assunto, que não muda. Stop.





Go on...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

- o primeiro de muitos...

Meu presente de Natal tem destino, mas não é material. Tenho uma única intenção: ganhar um sorriso, e estou arriscando tudo por isso, por mais que não pareça.

Ding, dong. - Deve ser o correio, lhe entregando meus segredos: alguns devaneios repentinos, que são seus, que são de outros. Que são meus.
Minha caligrafia tremida é culpa sua, você me deixa insegura. E se você não gostar do que eu vou escrever? E se eu disser algo errado? Não penso mais. Dane-se. Eu digo. Sou feita de repentes, não sei viver fazendo planos.



Sentimentos explosivos, por favor! Estou farta de solidão e grito pra você me ouvir. Minhas entrelinhas passaram a ser explícitas e os ponteiros correm comigo todo dia. Vem comigo? Vamos desafiar o impossível. Te querer é o meu pior pecado. Se eu me importo? Claro que não.




Que o vento voe e me leve até você.