quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

- te devoro

‘ Te devoraria a qualquer preço... ’
http://www.youtube.com/watch?v=RSltbtS8h6o

Devoraria tua presença como quem devora uma obra de arte sem poder tocar, devoraria cada milissegundo de sorrisos teus, pra mim. Devoraria teus traços, tua alma e teus olhos docilmente insolentes. O prazer em devorar-te está na contradição. Veja! Estrelas cadentes! Mas elas não me parecem estar caindo...

Devoraria cada galanteio, cada gesto, cada reverência. Logo eu, que sou princesa ao contrário, vestida com os jeans mais velhos e rasgados e um moletom surrado. Eu, que não moro em um castelo e esbarro o tempo todo com os móveis. Por que eu, que tudo o que sei fazer é devorar-te?

Olha pra mim, sou uma princesa do nada! Não tenho cavalos, vestidos e muito menos coroas. Sou princesa da contradição: te devoro nos poemas em que não escrevo, nas palavras não ditas e nos sorrisos não dados.

E a contradição, cadê? Na mentira: eu faço isso tudo, sem querer. Sem mover um músculo eu te escrevo, me declaro e te sorrio.

Com os olhos.

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